Comemoramos
no dia 7 de setembro o dia da Independência do Brasil.
São
realizados atos festivos e comemorativos do dia da liberdade dos brasileiros.
Isso
é relevante, significa o direito de ir e vir e termos possibilidades de ações
individuais e coletivas que atendam às nossas necessidades, porém sem colidirem
com o direito do outro; sejam eles pessoas ou país.
A
Doutrina Espírita, em seu aspecto filosófico, analisa com propriedade esse
direito em O Livro dos Espíritos, na sua 3ª Parte – Das leis Morais, no
capítulo: A Lei da Liberdade.
Esclarece
que a liberdade não pode ser exercida de forma absoluta.
Allan
Kardec formulou a indagação:
“
– Em que condições poderiam o homem gozar a liberdade absoluta?”
A resposta dos Mentores Espirituais foi:
“
– Nas dos eremitas no deserto. Desde que juntos estejam dois homens, há entre
eles direitos recíprocos que lhes cumprem respeitar; não mais, portanto,
qualquer deles goza de liberdade absoluta.” (1)
A
liberdade para ser exercitada de forma cada vez mais ampla depende da
fraternidade e da igualdade.
Onde
houver uma convivência fraterna exteriorizada em amor e respeito, acatando-se o
direito do próximo, haverá a prática da justiça e consequentemente haverá a
liberdade.
Kardec
comenta: “A liberdade pressupõe confiança mútua. Ora, não pode haver confiança
entre pessoas dominadas pelo sentimento exclusivista da personalidade. Não
podendo cada uma satisfazer-se a si própria senão à custa de outrem, todas
estarão constantemente em guarda umas com as outras. Sempre receosas de
perderem o que chamam de seus direitos, a dominação constitui a condição mesma
da existência de todas, pelo que armarão continuamente ciladas à liberdade e a
coarctarão quando puderem”. (2)
Observamos
como é importante desenvolver a liberdade nas formas individual e coletiva,
pois ela implica em condição de crescimento dentro da vida. Por outro lado,
dois grandes obstáculos impedem o exercício da liberdade: o egoísmo e o
orgulho.
É
necessário combater o egoísmo em nós mesmos e na sociedade em que vivemos.
Sem
dúvida, é importante para o homem o desenvolvimento de sua capacidade de
pensar, pois é através dela que ele poderá conhecer-se e o mundo em que vive.
Pelo
pensamento o homem desfruta de liberdade ilimitada, o que deverá ajudá-lo nesse
conhecimento.
Esse
entendimento deve amparar-lhe a ação no sentido de, através da liberdade,
desenvolver a fraternidade, a igualdade, a justiça e o amor.
A
liberdade de consciência é uma característica da civilização em seu mais
avançado estágio de progresso.
“Todavia,
é evidente que uma sociedade para manter o equilíbrio, a harmonia e o bem-estar
precisa estabelecer normas, leis e regulamentos portadores de sanções. A título
de respeitar a liberdade de consciência não vai se admitir a propagação de ideias
e doutrinas prejudiciais à sociedade. Nada se lhes deve opor através da
violência e das forças, mas através dos princípios de direito.
Para
o Espiritismo, os meios fazem parte dos fins; não se pode pretender o amor, a
justiça, a liberdade, agindo por meios violentos, odiosos, injustos e coativos.
Esse
conceito de liberdade deve levar-nos, pois, a ação de implantar o bem na
sociedade em vivemos para que o mal gradativamente desapareça. “Para isso é
preciso atuar conscientemente, com amor e determinação”. (3)
Essa,
sem dúvida, a melhor comemoração da independência e da liberdade.
Bibliografia:
1 O Livro dos
Espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, questão nº 826;
2 Obras Póstumas,
Allan Kardec, Ed. FEB, cap. Liberdade, Igualdade e Fraternidade;
3 O Espiritismo e a
Política para a Nova Sociedade, Paiva, Aylton G. C., pág. 87, Ed. Casa dos
Espíritas.
Aylton
Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na
sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.:
Artigo publicado em 09/09/2011, no Jornal Correio de Lins
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