Fui
visitar um amigo.
Ao
início de nossa conversa constatei que ele estava impaciente e irritado com pessoas
e situações de forma generalizada.
Ensaiei
algumas frases pelas quais pudesse levar-lhe a algumas reflexões, encarando
pessoas difíceis e situações desagradáveis como lições que precisamos aprender
a resolver e que isso dependia de um posicionamento mental paciente e eficiente
para solucionar dificuldades.
A
algumas ponderações ele aquiesceu, com relação a outras permaneceu em seu
posicionamento inicial de que a paciência e a bondade não resolvem os
problemas.
Passamos
a conversar sobre coisas triviais, pois não era o meu interesse, no momento,
estar “doutrinando” pessoas.
Voltei
para casa.
Não
pude me furtar em retornar a algumas associações de ideias com o ocorrido e
entre elas a dificuldade emocional, sentimental e intelectual que uma pessoa
experimenta quando se mantém nessa perspectiva de análise da vida.
Neste
ponto, relembrei algumas reflexões que fiz, oportunamente, e que se encontram
em livro lançado (1):
“Dizem
os dicionários que a paciência é o estado de perseverança tranquila”.
Portanto, diante de situações adversas e aflitivas é indispensável manter o
equilíbrio emocional e agir ou reagir com serenidade.
Você
deve, então, esforçar-se para desenvolver o autodomínio ou autocontrole.
Como
agir diante dos pequenos problemas que o afetam todos os dias?
Como
conseguir o equilíbrio emocional junto a familiares, chefes ou subordinados
que, por exemplo, recusam-se a assumir seus deveres e, ao se omitir ou
transferir tarefas, indevidamente o sobrecarregam?
O
primeiro passo é a compreensão. Compreender o que está acontecendo. Perceber o
que querem as pessoas e porque agem daquela maneira. Se estão desequilibradas,
se são inexperiente ou se têm má intenção.
O
segundo passo é manter o sentido de realidade. Não exagerar o que está
acontecendo, apavorando-se. Julgar com serenidade para saber o que fazer.
O
terceiro passo é agir. Movimentar providências e recursos para resolver o
problema. Nessa fase, é fundamental o entendimento através do diálogo.
Conversar claramente sobre a questão surgida para esclarecer como você deve
agir junto para a necessária solução.
As
conclusões tiradas dos diálogos devem ser bem definidas, memorizadas ou até
escritas para depois serem avaliadas, a fim de se saber se todos estão
cumprindo sua parte no estabelecido.
Assim,
você não terá no lar, no serviço ou no grupo uma falsa harmonia, construída
sobre o injusto sacrifício.
Para
ajudar na compreensão mais ampla sobre a importância da paciência, trazemos de
O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, o seguinte trecho da
mensagem de um espírito: “Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e
deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A
caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outras
há, porém, muito mais penosas e, conseguintemente, muito mais meritórias” (1).
E, nessa caridade, se enquadra o exercício adequado da paciência.
Aylton Paiva
Bibliografia:
(1) História e Recados do Mundo
espiritual – Paiva, A. – Ed. Mythos Books
Aylton Paiva é estudioso
da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
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