Pare.
Fui
diminuindo a velocidade do carro até parar. À frente, uns cinco veículos
estavam parados.
Era
necessário para que os empregados da empresa procedessem à possível recuperação
da pista asfáltica ante as chuvas torrenciais que tem caído em muitos lugares
do nosso Brasil.
Breves
momentos e surge a outra placa SIGA.
Os
veículos começam lentamente a se movimentar, e o meu entre eles.
Subitamente,
assusto-me. Vindo de traz um carro, em velocidade acima do normal, incompatível
para o momento me ultrapassa e segue adiante, quando, em virtude da sinalização
de cones na rodovia, um caminhão tem que desviar para a esquerda e o motorista
imprudente é obrigado a sair da faixa do acostamento, por onde procurava
ultrapassar os outros veículos, e avançar para a faixa de terra contigua, ainda
molhada.
Fez
malabarismo e ... por sorte evitou o abalroamento do caminhão.
Refazendo-me
do susto vi que o imprudente já avançava bem adiante.
Comecei
a pensar: porque uma pessoa age de tal forma? Porque ela
dispensa a cautela para preservar a própria vida e não titubeia em arriscar a
vida dos outros?
Muitas poderão ser as respostas:
Urgência de atendimento médico. O motorista não
estava se sentindo bem ou havia alguém doente com ele necessitando de
atendimento urgente.
Impaciência. Há pessoas que não têm paciência
para esperar.
Neurose. Há pessoas em quem a impaciência e a
irritabilidade assomam graus elevados e frequentes, caracterizando distúrbios
de comportamento.
Poder. Há pessoas que se sentem poderosas e acima
dos comuns dos “mortais”, então o seu poder não lhes permite limitações.
Conforme o grau e a frequência, também, configuram distúrbio de comportamento.
Agem irracionalmente, geralmente sem compaixão ou respeito pelo próximo.
Em uma análise sintética das motivações do
comportamento do tresloucado motorista e as possíveis providências
equilibradoras, teríamos:
Urgência no atendimento médico. Parar o carro, no
acostamento, e pedir socorro às pessoas que estavam trabalhando na recuperação
do asfalto.
Impaciência. Desenvolver exercícios emocionais
para o devido controle dos impulsos indesejáveis e inadequados.
Neurose. Quando o descontrole já atingiu esse
nível é preciso buscar o auxílio da Psicologia, da Psiquiatria e da Religião.
No relacionamento humano é preciso respeitar a
sinalização, limites, área de preferência, como soe acontecer no trânsito de
veículos.
E o maior e eficiente legislador e sinalizador é
o Mestre Jesus: “Ame o seu próximo” Mateus – cap. 22, vv. 34 a 40. “Não faça ao
outro o que você não deseja que se lhe faça.” Lucas, cap. 6, v. 31.
Também o Espiritismo alerta para aprendizagem e a
prática para não avançarmos o carro da nossa vida sobre os carros das outras
vidas.
Esses esclarecimentos estão contidos em O Livro
dos Espíritos, de Allan Kardec, na Terceira parte – Lei da Justiça, do Amor e
da Caridade: “A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais”,
questão nº 875. “Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria
para si. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça,
fazendo que cada um deseje ver respeitado os seus direitos. Na incerteza de
como proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de
saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia
mais seguro que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”, questão
nº 876.
Se não devemos abalroar os outros carros, as
outras pessoas, então, não abalroemos, igualmente, as outras almas que
transitam pela rua das nossas vidas.
Aylton
Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na
sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Grata pela visita, volte sempre!!!