Assisti,
em um programa de televisão, um psicólogo lidando com a problemática entre a
mãe e a filha de dezesseis anos.
O
comportamento da mãe, revelado por sua postura e por suas palavras era da filha
que foi certinha e boazinha, acatando sempre, ou quase sempre, as ordens do pai
e da mãe. Também na escola fora das melhores alunas. Em sociedade procurara
pautar a sua vida de forma correta, como estabelecido pelos padrões culturais e
de mídia da época.
A
filha mostrou-se contestadora da mãe e rebelde, relativamente a padrões
impostos pela sociedade do que seja a menina “boazinha”, boa filha, estudiosa e
obediente à mamãe e ao papai. Usava “piercing”, para contrariar a mãe,
vestia-se de forma a ser diferente do padrão usual e dizia que queria ser livre
e fazer o que quisesse, desde que não prejudicasse ninguém.
Intermediando
o confronto, através dos argumentos, entre mãe e filha, o psicólogo não
julgava, através de valores, quem estava certa ou mais certa: a filha ou a mãe.
No
decorrer dos diálogos percebi que, em verdade, as duas estavam sofrendo muito.
A
mãe no desespero de querer uma filha “certinha” como ela fora.
A
filha querendo, com a sua atitude “rebelde” mostrar para a mãe como ela fora
omissa, até a sua atual idade, no relacionamento com ela, querendo cumprir
apenas o seu ritual papel de mãe.
As
duas não estavam querendo “fazer mal” uma a outra, mas não estavam se entendo,
por falta de “intimidade”.
Cada
uma tinha os seus motivos conscientes e muito mais “inconscientes” da maneira
como se comportavam.
Para
a mãe o psicólogo procurou mostrar como ela, não intencionalmente, no seu papel
formal de mãe não conseguira “enxergar” a filha como uma “pessoa”.
À
filha procurou conscientizá-la de que não era apenas sendo “diferente” para
agredir a mãe que ela seria reconhecida como uma “pessoa”.
Claro
que a questão entre as duas não era de fácil solução, nem de solução pronta.
Cabe,
para as duas a terapia psicológica individual e, mesmo a familiar, para que
possam sair dos “efeitos emocionais e sentimentais” e atingirem a raiz dos
conflitos íntimos vividos por elas e também os conflitos da convivência.
Sob
outro ângulo o conhecimento da realidade espiritual também as ajudaria muito,
pois também nessas situações encontramos o reflexo de dramas originados em
encarnações passadas.
Nestas
breves reflexões não vou, nem poderia adentrar a dramaticidade da situação e o
caminho para solução do conflito.
Quero,
apenas, refletir sobre o ponto que se constituiu fundamental no interessante
diálogo e na “terapia brevíssima”: – “ser pessoa”.
Alerta-nos
o psicólogo espírita Adenauer Novaes: “Qualquer pessoa tem o direito de ser
feliz e de mudar o seu próprio destino sem que para isso tenha que se tornar inconsequente.
Tanto a rigidez da personalidade quanto a excessiva liberdade prejudicam sua felicidade...
Tornar-se
uma pessoa feliz é uma proposta que deve levar o indivíduo ao encontro de si
mesmo, de sua essência mais íntima.
Uma
pessoa necessariamente não é alguém que tem títulos, conhecimentos
intelectuais, coisas ou goze de certo prestígio. É alguém que sabe ser gente,
quando apenas isso é o necessário.
Seja
feliz sendo uma pessoa. Apenas uma pessoa. Um ser que está no mundo para viver
nele, como alguém que se sente intimamente ligado às pessoas, ao Universo e a Deus.”
(Felicidade sem Culpa, Capítulo Psicologia da Pessoa)
Ser
pessoa é estar no mundo aqui e agora, mas estar, também, no Universo, no tempo
da Eternidade.
Seja
pessoa, - você é uma criatura de Deus.
Aylton Paiva
Aylton Paiva é estudioso
da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
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