O sucesso, o êxito fazem
parte das aspirações do ser humano.
Eles são buscados das
mais diferentes formas.
Umas de maneira lícita,
outras de maneira ilícita.
Quando, então,
analisamos o sucesso sob a perspectiva espiritual a questão fica mais séria,
exigindo essa análise o suporte de valores éticos.
Ajudando-nos a trilhar o
caminho das aspirações naturais e dentro dela a respeitar os valores morais e
espirituais, Emmanuel apresenta-nos algumas considerações muito importantes ao
dizer:
“Milhões de pessoas
acreditam em ascensão ao brilho espetacular do êxito, quando apenas se enleiam
a graves compromissos na sombra.
Lançam golpes calculados
à economia do próximo, atraindo respeito e admiração no mundo bancário,
organizando, porém, estranha retaguarda de pranto e maldição a
entenebrecer-lhes a rota.
Erguem colunas de ouro
fácil, das quais muitas vezes se despenham nos tremedais do crime.
Arquitetam escândalos,
enlameando vidas alheias, com o aplauso da multidão, porém semeiam espinhos de
aflição para os próprios pés.
Aviltam consciências
desprevenidas, barateando-as na feira dos sentimentos, para a escalada ao
poder, mas oneram-se em débitos escabrosos que as farão desvairar de
arrependimento e de angústias nos tribunais da Justiça Divina.
Toda aquisição sem
esforço é caminho para a derrota.
Não te coloques, assim,
à margem da senda, suplicando orientação para teus passos, quando não ignoras
que somente o dever retamente cumprido é degrau seguro para a verdadeira
felicidade, nem peças triunfo legitimo aos interesses imediatistas que passam
no mundo como certas flores do alvorecer.
Lembra-te de que as
conquistas substanciais de existência procedem do coração ajustado ao duro
trabalho do próprio burilamento para a Vida Superior e, ao invés de buscar o
existo na temporária fulgurações das galeriais terrestres, não olvides que a
vitória real quase sempre te procura no semblante aparentemente agressivo das
grandes dificuldades, enunciando exigências amargas ou vestidas no pano singelo
de um macacão.” (1)
Portanto, as conquistas
materiais precisam estar associadas, também, às conquistas espirituais.
Nesse passo, poderemos
lembrar a simbólica advertência de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores,
porque ou odiará a um e amará o outro, ou se prenderá a um e desprezará a
outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon.” (Lucas, cap. XVI,
v. 13).
Tecendo comentário a
respeito da verdadeira propriedade que poderemos estender para o verdadeiro
sucesso, Allan Kardec, assim se expressa: “O homem só possui em plena
propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar
e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é
abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente,
o usufruto.
Que é então o que ele
possui? Nada do que é de uso do corpo. Tudo o que é de uso da alma: a
inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e
leva consigo, o que ninguém lhe poderá arrebatar, o que lhe será de muito mais
utilidade no outro mundo que neste.” (2)
Por consequência, é
indispensável ponderar que o nosso sucesso na vida material precisa estar
acompanhado pelo êxito na vida espiritual, para que não sejamos conduzidos à
ilusão e ao sofrimento, recebendo o laurel das lágrimas.
Bibliografia:
1 Fé, Paz, Amor,
Emmanuel / F. C. Xavier – Ed. GEEM;
2 O Evangelho Segundo o
Espiritismo, Allan Kardec, - Ed. FEB.
Aylton Paiva é estudioso
da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado
em 07/10/2011, no Jornal Correio de Lins
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